sexta-feira, 17 de junho de 2011

Vivenciando o chão da escola: enfrentando os desafios e aprendendo a ser professor

 O estagio de prática pedagógicas no ensino fundamental, foi realizado na escola Vilma Brito Sarmento. Para a execução do mesmo foi desenvolvido um projeto intitulado construindo e vivenciando valores na alfabetização, o qual tratava dos seguintes valores: Obediência, Amizade, Amor e Paz.
A minha turma de estágio era muito boa, os alunos de modo geral eram bem comportados, obedientes, interessados e afetivos.
O que atrapalhava o bom relacionamento da turma era a dificuldade que alguns tinham de se adaptar as mudanças no comportamento como: forma de sentar, falar, entrar na sala de aula, a maneira como tratar os colegas, enfim de seguir as regras de uma boa convivência estabelecidas por nós. Coisas fáceis de serem compreendidas devido à falta de instrução dos mesmos, que passam a maior parte do tempo fora da escola em ambientes que não proporcionam a eles tal vivência. No quesito aprendizagem de conteúdos eles eram muito bons, aprendiam com muita facilidade e se interessavam bastante o que faltava para eles era MOTIVAÇÃO.
Na minha turma o que percebi que faltava para eles (alguns) era ser criança, pois, eram carentes de lazer, carinho e cuidado dos responsáveis com os mesmos. A vivência do estágio me proporcionou uma gama de aprendizagens, pois me possibilitou desafios mais amplos que os problemas corriqueiros de uma sala de aula, como segurança, cuidado, saúde, carinho, alimentação entre outros. 
A realidade de outras turmas dessa escola e de diversas escolas que tivemos conhecimento é um pouco diferente da realidade que eu vivi na minha turma de estágio, pois, alem de enfrentarem todos esses problemas, eles ainda tinham que lhe dar com tantos outros, como desobediência, falta de respeito, falta de educação, descaso, alunos agressivos, pais autoritários enfim com uma total falta de limites. Muitos são os dilemas encontrados na educação, pois os mesmos fazem parte do cotidiano da sala de aula, e se tornam grandes desafios para a nossa profissão, e portanto se  consistem como grandes instrumentos de aprendizagem.
Durante as reflexões escutamos relatos de colegas desesperados, e a partir das mesmas, pude compreender que para atuar como EDUCADOR é preciso querer, tentar, experimentar coisas novas, buscar e reinventar a cada dia uma nova forma de ensinar, uma nova sala de aula. È preciso agir e refletir constantemente, pois a sala de aula é um espaço dinâmico e, portanto precisamos estar preparados, munidos de teorias e metodologias, pois o uso das mesmas com as nossas aprendizagens e vivencias são de grande valia na tomada de decisões. Na educação podemos utilizar um pouco de tudo para alcançar um objetivo, o que não podemos e lavar as mãos.
Esse estágio foi significativo não só para minha formação enquanto pedagoga, nessa transição de aluno para professor, mas também me enriqueceu bastante enquanto pessoa é uma experiência que todos deveriam vivenciar.
Os relatos do estágio nos mostra, a realidade de uma sociedade desigual, essa realidade nada mais é do que o espelho de uma sociedade injusta e cruel.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Sintese do Texto: Por que o estágio para quem não exerce o magistério: o aprender a profissão

PIMENTA, Selma Garrido e LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e Docência. São Paulo: Editora Cortez, 2004.


Esse texto traz reflexões a respeito das especificidades do estágio e da prática de ensino para pessoas que ainda não exercem o magistério, o mesmo nos mostra que o estágio pode ser uma completa preparação para o magistério, pois nele podemos compreender o sentido da profissão, vivenciar o chão da escola, a realidade dos alunos e professores de uma escola concreta.
As autoras criticam a forma com que o estágio de maneira geral está organizado no currículo, o mesmo feito apenas nos últimos semestres, configura-se como uma espécie de treinamento, separando o pensar do agir. O projeto de estagio feito durante o curso se resume a atividades feitas distantes da realidade da escola, sem fundamentos e sem nexos entre as atividades e a finalidade do ato de ensinar. Essa fragmentação do estagio faz com que o aluno perca a noção do todo, dessa forma o estagio para que não exerce o magistério pode ser uma espécie de fusão entre as experiências pedagógicas vivenciadas durante o curso e a aprendizagem da profissão docente.
O estágio para que ainda não é professor pode proporcionar a compreensão e apropriação de instrumentos teóricos e metodológicos que facilitarão entender a escola, os sistemas de ensino e as políticas educacionais.
A experiência proporcionada pelo estágio possibilita que o aluno aprenda com aqueles que já exercem a profissão, esse momento muitas vezes tem se caracterizado como um período de medo e tensão por partes dos alunos, e o encontro com professores insatisfeitos e desgastados pode tornar essa dificuldade ainda maior. O mesmo também proporciona a compreensão da cultura institucional, ou seja, a especificidade da escola, o jeito como ela se configura e como se da à relação dos sujeitos na mesma, pois elas são extrema importância por interferirem diretamente na vida dos alunos.
Dessa forma podemos perceber que o estagio não é uma simples observação, mas sim um momento de interação entre a escola e a universidade, construindo uma nova visão do estagio, onde o estagiário possa agir e interagir no espaço da escola e não apenas observar e colher dados, esse deve um processo dinâmico e ativo em que o ensinar e aprender a profissão docente estejam interligados.

Um Pouco da Minha História de Vida... Da Educação Infantil ao Ensino Fundamental



Falar de si e ainda mais da história de vida é sempre uma tarefa muito difícil, mas acredito que seja válida e produtiva, a partir do momento que recordamos e vivemos novamente os bons momentos e cuidamos para não repetir os ruins.
Chamo-me Leila de Almicê dos Anjos, filha de Lourildo Lopes dos Anjos e Maria Conceição de Almicê dos Anjos,  nasci na cidade de Jequié-Ba, no dia 12 de Maio de 1987, Tenho três irmãos, Emerson Erly (30), Ludmila (29) e Laila (26).
Emerson, Ludmila, Eu e Laila
Atualmente moro com meu país, meu namorido (metade namorado e metade marido Rsrsrs) e minhas duas irmãs, meu irmão casou-se e mora na cidade de Porto Seguro.
Iniciei minha vida escolar numa escolinha no bairro do jequiezinho onde moro até hoje, a escola chamava-se (Escola Reino do Saber) que pertencia a uma vizinha (Núbia) era ela mesma quem levava e trazia os alunos para a escola, já que os alunos eram todos da vizinhança. Não me recordo à idade em que comecei a estudar e minha mãe também não se lembrou mais me relatou que eu fui alfabetizada com uma cartilha, grande e bem colorida... (Rsrsrs). No ano de 1994 com 7 anos de idade,fui para a alfabetização no Instituto de Educação Régis Pacheco (IERP)  localizada aqui no município de Jequié onde nasci e vivo até hoje. Não me recordo muito da alfabetização, e, portanto não posso falar com precisão de tais fatos, me lembro apenas do carinho com que era tratada pela professora. Permaneci no IERP até a 8º série, nesse período tive professores excelentes dos quais me recordo com alegria até hoje, professores que vejo como uma inspiração para a minha pratica docente, mas como nem tudo são flores tive muitos que deixaram a desejar e  como se não bastasse o descaso com que tratavam a educação,alguns ainda deixaram marcas profundas, traumas que se mantém vivos até hoje.

Do Ensino Médio à Universidade

No 1º ano do ensino médio fui para o CMLEM (Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães) também localizado em Jequié onde permaneci até o 3º ano.


Ingressei em Setembro de 2007 no curso de Licenciatura Plena em Pedagogia na Universidade Estadual do sudoeste da Bahia - UESB, em Jequié. Quando comecei, não gostava do curso e via nele apenas um passatempo, depois fui aprendendo a gostar e a cada semestre uma surpresa derrepente me via encantada e logo me desencantava era engraçado, no V semestre iniciei uma estágio pelo IEL, o medo tomou conta de mim, pois essa seria minha primeira experiência com uma sala de aula, como desejei ter passado pelo estágio antes, mas o que tinha que fazer era encarar o desafio.
O estágio foi feito numa escola municipal daqui de Jequié mesmo, na cachoeirinha, e para minha surpresa eu não iria trabalhar com educação infantil e nem seres iniciais, que era o que estava esperando,deram-me a disciplina de Português na 5º série e História e Religião na 5º, 6º, 7º e 8º.A turma da 5° serie era composta por 33 alunos de idades variadas, e a indisciplina era constante.A maioria dos alunos ao menos sabiam escrever o proprio nome,  fiquei chocada e quase saio correndo de lá quando a diretora me apresentou a proposta, mas ela acabou me convencendo de que eu daria conta, permaneci na 5° com 3 disciplinas tendo aula naquela turma todos os dias,chegando a passar um dia todo somente naquela sala  por  um mês, (e que mês,ufa! ) tempo necessário para presenciar situações jamais aceitáveis no ambito escolar. Após esse periodo a professora que eu estava substituindo voltou,e logo na semana seguinte ocupei o lugar da professora de Língua Portuguesa das turmas de  6°,7° e 8° serie, a 8°serie curiosamente tinha apenas 5 alunos que frequentavam e era um paz total trabalhar com eles, a 6° e 7° serie tinham entre 12 e 14 alunos que eram bem interessados e presentes e graças a eles comecei a desconstuir a  visão de que seria impossivel exercer a profissão docente,essas turmas eram mais dedicadas e respeitavam a mim como pessoa mesmo.Enfim consegui sobreviver ao estágio e considero essa experiência  enriquecedora onde pude perceber o quanto algumas disciplinas eram necessárias no currículo, disciplinas discriminadas por muitos. Na pratica pude ver que a diferença, mais também como a pratica junto com a teoria faz a diferença. Ao final da experiência fiquei insegura e não sei se daria conta de ser uma boa professora, ou se faria como a maioria (confesso) e, portanto não tenho certeza de que é realmente isso que quero para a minha vida.